Kitabı oxu: «Tess», səhifə 5

Şrift:

8. UMA CHAMADA AO DEVER

D

epois do tour pela Alemanha, Tess e Jake voltaram para Nova York. Desta vez Tess relutou, porém teve de concordar que a situação dos refugiados na Europa era algo tão avassalador, que os recursos limitados que ela teria à sua disposição não conseguiriam fazer a menor diferença. A crise teria de ser resolvida pelos governos europeus. Todavia Jake não tinha dúvidas de que Tess acabaria dando um jeito de voltar a esse tema.

Era um dia bonito, então decidiram jantar num restaurante ao ar livre no centro da cidade. Colocaram as coleiras nos cachorros e saíram para caminhar. Os pedestres sorriam ao ver aquele par estranho formado por Maggie e Sebastian, mas não resistiam ao desejo de pedir licença para acariciar Maggie. Às vezes as carícias ficavam sujeitas ao humor do buldogue. Tubby havia se autonomeado protetor de Maggie, e levava essa função muito a sério. Era normal ele rosnar quando um transeunte que ele julgasse digno de suspeita acariciasse Maggie no topo da cabeça. Um leve puxão na coleira era o bastante para fazer Tubby se comportar, mas ele já teria manifestado o seu parecer.

Pouco depois de terem se assentado no restaurante à beira da calçada, o celular de Tess tocou, e ela atendeu.

- Oi, papai. O que houve?

Depois de uma breve conversa, ela passou o telefone a Jake.

- Meu pai quer falar com você.

Jake estava mastigando uma massa muito apetitosa ao pesto com edamame e amêndoas, mas pegou o telefone.

- Boa noite, general. A que devo o prazer?

- Olá, Jake. Sei que estou perturbando o seu jantar por minha conta e risco, mas preciso lhe fazer uma pergunta urgente. O nome Paul Saunders lhe diz alguma coisa?

- Claro! Paul era o meu chefe na CIA.

- Bem, ele gostaria que você e Tess tivessem uma reunião conosco amanhã. Disse que tem um assunto importante para conversar.

Jake ficou imediatamente desconfiado.

- Morgan, na última vez em que vi o Paul, eu tinha levado um tiro no pulmão de terroristas iraquianos. Não há o que me faça voltar para o Iraque.

- O Saunders não está propondo nada disso. Agora ele é Diretor Assistente da CIA, e precisa conversar com você sobre alguma coisa importante.

- E por que ele mesmo não me procurou?

- Teve receio de que você não o atendesse por causa de uns desentendimentos que vocês tiveram no passado. Agora está insistindo em falar com você. Como um favor para mim, gostaria que viesse falar conosco amanhã de manhã. Não deve levar mais do que uma hora. É coisa simples.

- Nada pode ser simples com o Paul envolvido, mas tudo bem, estaremos aí amanhã de manhã, desde que ninguém espere que nos envolvamos com o que o Paul estiver tentando fazer.

- É tudo o que eu lhe peço, Jake. Fico muito grato por você se dispor a ouvir o que Saunders tem a dizer. Posso contar com vocês no meu escritório amanhã de manhã, às dez horas?

- Estaremos lá. Tenha uma boa noite.

Jake pôs o celular na mesa, recostou-se na cadeira, e olhou para Tess.

- Não estou gostando disso, Tess. Acho que a CIA me quer de volta, e não estou nem um pouco interessado.

- Não posso culpá-lo, Jake, considerando que você escapou por pouco na sua última aventura no Iraque. Eu fui vê-lo, baleado e sangrando, no hospital militar, lembra?

- Acho que não temos outra opção além de ouvir o que Saunders tem para dizer. Vamos aproveitar a noite, e amanhã veremos.

Alheios ao lugar onde estavam, Tubby e Maggie desfrutavam seus hambúrgueres mal passados. Na verdade, Maggie comia como uma dama, saboreando sua comida em pequenas mordiscadas. Sebastian deglutira seu hambúrguer segundos depois de o garçom ter trazido a comida, e observava a refeição de sua comensal com uma despudorada volúpia. A pequena Maggie prudentemente protegia seu repasto de uma pilhagem, lançando um olhar de “não ouse!” para o buldogue guloso. Como sempre, Jake evitou uma altercação mandando servirem a Tubby uma tigela do seu favorito sorvete de creme.

Na manhã seguinte, Jake e Tess tomaram um táxi para o centro da cidade, até o escritório central da NTC, uma grande fornecedora de equipamentos militares para o Pentágono. Foram levados rapidamente à sala do CEO, o General Morgan Turner, reformado. Como sempre, o general recebeu Tess e Jake efusivamente, e os convidou para se sentarem à mesa de reuniões.

- Então, como vão os negócios? - perguntou o general.

- Estamos indo bem, papai. – Tess respondeu. - Tiramos uma folga depois do ano decepcionante que passamos tentando fazer alguma coisa contra o tráfico de pessoas, mas agora estamos novamente focados no nosso negócio principal. Acabamos de voltar da Nigéria, onde fizemos a entrega de alguns aviões Tucano a serem usados contra o Boko Haram.

- Seria bom se a Nigéria pudesse bancar alguns caças Raptor F-22. Não quero me gabar, mas tenho muito orgulho desse avião. Ele é furtivo e sofisticado, sem falar em como é lucrativo.

Jake sorriu.

- Talvez ele impressionasse mais, se não custasse $ 68.362 por hora de voo.

O sogro estava preparado.

- Você não perde uma chance de estragar prazeres, não é?

- Só estou citando fatos.

- De qualquer modo, isso é complicado. Como sabe, todos esses números ficam sujeitos a convenções de contabilidade, à interpretação dos contadores, e simplesmente ao número de horas de voo por ano. Estes são custos médios, e não custos marginais.

O cérebro matematicamente infalível de Jake entrou em ação.

- É preciso admitir, Morgan, que o nosso equipamento é vergonhosamente caro para qualquer um comprar e operar. O novo caça F-35 custa apenas $ 85 milhões de dólares por unidade. O Eagle F-15C custa $ 41.921 dólares por hora de voo, o Fighting Falcon F-16C custa $ 22.514 por hora. O venerável Thunderbolt II A-10C, o Warthog, custa uma mixaria para voar, míseros $ 19.000 dólares por hora. Acho que o drone Reaper MQ-9A é uma pechincha, por apenas $ 4.762 por hora.

- Como sempre, você tem razão, Jake. O custo é um fator, mas os drones Reaper estão numa categoria completamente diferente. Essas coisinhas vão acabar afetando a lucratividade das principais indústrias de material bélico. Os militares já descobriram como eles são práticos e baratos. Neste ano, os drones representaram mais de 60% de todas as armas aéreas mandadas para o Afeganistão. Em 2015, os drones foram usados em 56% dos ataques contra o Talibã. Em 2011, esse número era 5%, então o destino está traçado. Os militares estão aumentando o uso de drones, não só pelo custo, mas porque eles evitam por a vida do piloto em risco.

O general sabia muito bem que nunca iria ganhar uma discussão com Jake, e ficou aliviado quando sua secretária trouxe Paul Saunders para dentro da sala.

Saunders aproximou-se de Jake e abriu um sorriso.

- Nossa! Jake, você está ótimo. Pelo que vejo, para você o tempo não passa.

Os homens trocaram um aperto de mãos.

- Continuo aprontando sem levar a culpa. – Brincou Jake. - Parabéns pelo seu novo cargo na CIA.

- Obrigado, Jake. Eu estava ansioso para curtir minhas novas mordomias, mas parece que o Tio Sam teve uma ideia diferente. E esta deve ser a famosa Tess. É um prazer finalmente vir a conhecê-la. Saunders estendeu-lhe a mão.

Todos se acomodaram ao redor da mesa. Saunders foi direto ao assunto.

- Jake, fontes confiáveis da inteligência indicam que é iminente um grande ataque envolvendo uma arma nuclear alegadamente perdida, ou um ataque com armas químicas, igualmente devastador. Acreditamos que esse material esteja no Iraque ou na Síria. Se alguma dessas bombas for usada, não importa qual seja o alvo, é óbvio que a repercussão será significativa. Achamos provável que esse ataque ocorra no Oriente Médio, havendo contudo a possibilidade de ser na Europa. Os Estados Unidos e a OTAN já colocaram à disposição todos os recursos que forem necessários para enfrentar essa ameaça, porém temos muito trabalho pela frente.

- E o que isso poderia ter a ver comigo? - perguntou Jake com um olhar de ceticismo.

- O presidente nos deu instruções para usar os recursos que forem necessários para chegar ao cerne da questão e impedir o uso dessas armas. Já colocamos os melhores agentes e analistas de inteligência para trabalhar neste caso, incluindo vários especialistas de informática e cientistas bem conhecidos. Todavia eu acho que isso não é o bastante, e é por este motivo que estou pedindo para você vir participar.

- Paul, você sabe que sou alérgico à política e ao pensamento grupal. Não foi só uma vez que eu externei a minha opinião de que a última guerra no Golfo foi uma operação horrível e mal dirigida que destruiu o Iraque, desestabilizou o Oriente Médio e, de muitas maneiras, criou as condições necessárias para a ascensão do Estado Islâmico. Também reclamei da corrupção no novo governo iraquiano. Percebi que estava pregando no deserto, então pedi demissão. Agora os problemas se agravaram, e vocês querem que eu me envolva novamente numa outra confusão, que não fui eu quem criou.

- Entendo o que diz, Jake, e reconheço que você estava com a razão o tempo todo. Tem todo o direito de ver isso com ceticismo, porém agora precisa levar mais um aspecto em consideração. Desta vez não estamos lidando com política. Estamos diante de uma possível catástrofe, que não só irá afetar os Estados Unidos, mas a Europa também. Ouça o que eu tenho a dizer, e depois decida.

- Certo, vá em frente.

- Você é uma das poucas pessoas com memória infalível, que consegue montar um quebra-cabeças apenas olhando para as peças. Na minha longa carreira, raramente vi pessoas com a sua habilidade analítica e, além disso, você costuma estar com a razão. Outra coisa é a sua capacidade de aprender idiomas e outras coisas com uma rapidez incrível. Vamos precisar dessas qualidades para descobrir quem roubou esse material, e onde pretendem usá-lo.

- Obrigado pelos elogios, Paul, mas tenho certeza de que deve haver outras pessoas com as mesmas qualidades que você acabou de enumerar.

- De fato há, sim, Jake. O nome dele é Vaughn Wentworth, um tipo de agente do MI6 britânico, que é a única pessoa que, na minha opinião, tem os mesmos talentos que você.

- Uau, Vaughn Wentworth. Nome difícil de pronunciar. – observou Jake.

- Espere um pouco... – Tess interrompeu. - É o mesmo Vaughn Wentworth, o famoso maestro de música clássica? Muitas orquestras gostariam de contratá-lo como diretor musical, mas ele prefere ser autônomo.

Saunders tratou dos detalhes.

- Sim. Wentworth é uma figura interessante. Seus ancestrais eram cossacos, que ficaram famosos por suas proezas militares, e pela sua inabalável lealdade aos czares da Rússia. Quando os soviéticos tomaram conta da Rússia no final da I Guerra Mundial, fizeram o possível para exterminá-los ou despachá-los para a Sibéria. A família de Vaughn conseguiu fugir da Rússia, e ele nasceu em Londres. Seu nome originalmente era Vasyli Kirsanov. Então seus pais se naturalizaram britânicos e adotaram um nome inglês mais adequado. O interessante é que Wentworth nunca esqueceu suas raízes russas, fala o idioma fluentemente, e conseguiu se inserir na elite do poder russo dando conselhos políticos úteis que chegaram aos ouvidos do Presidente Vladimir Putin, que se vê como um czar ressurgente.

- Por que está me contando tudo isso? – Jake ainda estava cético.

- Gostaríamos que você e Wentworth trabalhassem juntos neste problema, que unissem seus impressionantes recursos intelectuais para poupar o mundo de uma experiência terrível, com graves consequências.

Tess não gostou do rumo que aquilo estaca tomando.

- Paul, tenho certeza de que você já sabe que o Jake é refratário a bajulação. Eu não acredito que o mundo ocidental não seja capaz de resolver este problema sem ele. Se a situação é tão perigosa quanto você diz, os vastos recursos das grandes potências devem ser suficientes para dominá-la.

- Na verdade, Tess, não é só isso. Você também faz parte da solução. Gostaríamos de usar a SRD, sua empresa, como disfarce para examinar outra parte do enigma.

- E como seria isso?

- Gostaria que você pegasse alguns dos melhores elementos da sua equipe, passasse duas semanas com o exército dos Estados Unidos na Bulgária para se qualificarem como pilotos dos aviões A-10, apelidados de Warthogs, ou javalis, e então levassem alguns deles até a Ucrânia, como parte do nosso programa de assistência para trazer aquele país para o século XXI.

- Não vejo o que isso tem a ver com o outro problema que você descreveu. – disse Tess, um pouco encafifada com o que acabara de ouvir.

Paul tirou um documento impresso e o olhou rapidamente.

- Pelo que soube, você teve um papel importante em ajudar a justiça da França a julgar Laurent Belcour, acusado de lenocínio e promoção da prostituição. Esse incidente sórdido o forçou a renunciar da liderança da IDO, a International Development Organization.

- É verdade, mas você se esqueceu de mencionar que os tribunais franceses não conseguiram condenar Belcour e seus capangas. Aqueles pervertidos escaparam, livres e soltos.

- Isso não tem importância. O importante é que Belcour a conhece, e ainda está tentando entrar em contato com você.

- Não vou lhe perguntar como é que você sabe, mas é verdade. Ele fica me mandando e-mails, flores, e me convidando para almoçar. Sem dúvida, ele quer tripudiar por eu não ter conseguido colocá-lo na cadeia. De qualquer modo, não entendo o motivo para o Big Brother ficar perdendo tempo e gastando recursos com isso, e nem vejo uma ligação ente isso e as bombas nucleares.

- Ah, mas essa ligação existe. Depois de sair da IDO, Belcour passou a prestar serviços de consultoria financeira para países que, no momento, não são os mais benquistos pela comunidade internacional. Alguns deles são o Sudão, Sérvia, Cazaquistão, Tajiquistão, Myanmar, Zimbábue, Vietnã e, mais recentemente, a Coreia do Norte. Aparentemente, ele os ajuda a melhorar suas estratégias e gestão financeira.

- Afinal de contas, ele precisa ganhar a vida. – observou Jake. - Não vejo nada de sinistro nisso.

- Fora o fato de Belcour exigir que sua remuneração inclua damas de todos os naipes, até mesmo as fora do baralho, suas atividades não seriam motivo de preocupação, se ele não tivesse passado os últimos dois meses na Coreia do Norte como convidado especial do charmoso ditador Kim Jong-un. Como sabe, a Coreia do Norte está financeiramente arruinada, e sob diversos embargos que paralisaram o país. A especialidade de Belcour é arranjar financiamentos com diversas organizações financeiras, mas não achamos que ele possa fazer muito nesse sentido pela Coreia do Norte, que é um país proscrito. A conclusão é que o envolvimento dele vai além da consultoria financeira, podendo entrar em áreas um tanto nebulosas.

- Deve haver mais alguma coisa. – disse Tess.

- De fato há, sim. O governo dos Estados Unidos contratou Belcour como consultor principal para ajudar a Ucrânia a melhorar sua situação financeira.

Tess não conseguia acreditar.

- Vocês contrataram um conhecido traficante de pessoas para participar de um prestigiado programa internacional?

- Infelizmente, dadas as circunstâncias, não tivemos muita escolha. A CIA facilitou a seleção dele como integrante da equipe de apoio à Ucrânia. Precisamos descobrir o que ele sabe sobre as armas desaparecidas, e onde elas poderão ser usadas. Tess, no cômputo final, você é a única pessoa que conseguimos ver como capaz de iniciar o diálogo com Belcour sem que ele suspeite. Precisamos descobrir o que ele sabe. Temos certeza de que ele está envolvido nisso de algum modo. Você é a única pessoa que pode se aproximar dele. Afinal de contas, é ele que está tentando fazer contato com você.

Tess ficara visivelmente aborrecida.

- Paul,você não tem noção do quanto eu abomino esse homem. Se eu chegar a ficar a dez quilômetros dele, já será perto demais.

- Entendo os seus motivos, Tess, mas preciso lembrá-la de que estamos lidando com uma questão de segurança nacional, a nossa e a de nossos aliados. Não podemos permitir uma explosão nuclear em nenhum lugar, e o Belcour pode ser a chave para resolvermos este caso. A esta altura você é a única pessoa que pode se aproximar dele, e estou formalmente lhe pedindo para participar. Providenciei para você participar de uma reunião de instruções na central do SOCOM, em Tampa, que está montando uma equipe de elite para trabalhar nisso. Se concordar em participar, vamos reintegrar vocês dois à ativa do exército.

- Paul, posso pensar melhor nisso?

- Vocês dois têm até amanhã de manhã para decidir. Não podemos perder tempo. As armas certamente estão nas mãos de terroristas, e nossa capacidade de prevenir uma catástrofe vai diminuindo a cada hora que passa.

9. SALVANDO O MUNDO

J

ake e Tess desembarcaram no aeroporto de Tampa, na Flórida. No caminho até os balcões das locadoras de automóveis no outro lado do terminal, puderam curtir o sol da Flórida por exatos dois minutos. Pegaram o carro, um Corvette novo, e rumaram para a Base Aérea de MacDill para participar de uma reunião no SOCOM, o Comando de Operações Especiais dos Estados Unidos.

Assim que foram liberados no portão da base, um tenente veio ao seu encontro na porta de um prédio e os conduziu até uma sala de reuniões muito bem equipada. Havia várias pessoas sentadas à volta da longa mesa de reunião, e Jake e Tess foram convidados a se juntar a eles. Um oficial do exército com estrelas nos ombros deu início aos trabalhos.

- Bom dia. Sou o Major-General Kevin Brooks. Vocês foram solicitados a participar de uma operação da máxima importância. Todos estão aqui em função dos seus talentos exclusivos.

O General Brooks passou à apresentação dos integrantes da equipe.

- Agora eu gostaria de apresentar rapidamente as pessoas aqui presentes, que foram selecionadas para atingir certos objetivos importantes. Fazendo a volta, o Coronel Howard Anders será o seu contato principal. Ele irá se comunicar com vocês conforme necessário, e também irá providenciar quaisquer recursos de que vocês possam precisar. Vaughn Wentworth nos vem do mundo da música, mas também é um respeitado ativista da paz e alto agente do MI6 britânico. Ao longo dos anos, desenvolveu uma valiosa rede de informantes na Rússia, Irã, Coreia do Norte e no Oriente Médio. Ele também é amigo próximo do presidente da Rússia. Eva Bar-Lev é do Mossad, de Israel. Seu foco é monitorar as ameaças do Irã e da Síria, e coordenar o contato entre os Estados Unidos e Israel. O Coronel Jake Vickers e a Major Tess Turner são da SRD, uma respeitada empresa de serviços militares, não só para o governo dos Estados Unidos, mas também para várias nações em desenvolvimento. O grupo nesta sala foi criado como uma unidade autorizada a conduzir as operações da maneira que achar mais adequada. Sua tarefa será vasculhar as ligações entre Coreia do Norte, Rússia, China, Irã e as organizações terroristas no Oriente Médio. Obtivemos informações confiáveis de que um evento de consequências significativas está sendo planejado. Sua missão é descobrir qual é a ameaça escondida nas sombras, e coordenar um modo de compartilhar as informações a serem usadas para lidar com o problema das armas nucleares desaparecidas.

Jake ergueu a mão.

- Senhor, os recursos de inteligência da minha empresa foram organizados para apoiar nossas atividades normais. Não imagino o motivo de precisarem de nossos serviços num teatro de operações tão grande.

- Na verdade, vocês estiveram envolvidos em algo relevante à tarefa que temos pela frente. – respondeu o General Brooks. – Entendo que tiveram tratativas com um sujeito chamado Laurent Belcour, ex-chefe da IDO, a International Development Organization.

Vaughn Wentworth, alto, bonito e em boa forma, elegantemente vestido com um terno risca de giz, ostentando uma barba bem aparada no rosto e um belo par de abotoaduras Wedgewood, começou a falar com um sotaque britânico bem cultivado, como se fosse repassar conhecimentos preciosos às massas ignaras. Ele se recostou na cadeira e entrelaçou os dedos.

- A CIA e o MI6 seguiram Belcour durante algum tempo. Nossos contatos relataram que ele está fazendo coisas que podem ser preocupantes para as forças ocidentais. Muito depende de com quem ele anda. Depois das visitas dele, cada um dos países com os quais ele trabalhou aumentou significativamente as despesas com suas forças armadas. A Coreia do Norte, especificamente, fez testes nucleares e lançou mísseis balísticos no oceano. O Líder Supremo Kim agora diz que seu país conseguiu miniaturizar bombas atômicas a ponto de caberem nas ogivas de seus mísseis.

- Isso já é do conhecimento público. – observou Jake. - Kim também reclamou dos exercícios militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, que ele considera como um prelúdio para a invasão. Ele fica ameaçando guerra, regularmente.

O General Brooks entrou na conversa.

- Tudo isso é verdade, e até certo ponto um padrão de comportamento já conhecido. O problema é que há provas inquietantes de que estão armando alguma outra coisa. Nossos satélites observaram algo peculiar. Parece que alguém pegou armas nucleares ou material nuclear de uma das instalações militares da Coreia do Norte. O que é realmente estranho é que as caixas foram carregadas em caminhões e, antes de partir, os receptores mataram a tiros as pessoas que os ajudaram a colocá-las em cima dos veículos.

- Parece sabotagem interna. – observou Tess.

O general prosseguiu.

- Não sabemos quem está por trás dessa operação, mas há outra coisa preocupante. Os caminhões foram até um pequeno porto na costa oeste da Coreia do Norte, e embarcaram as caixas num pequeno navio cargueiro, que partiu imediatamente, rumando para oeste. Poderia ser uma entrega para clientes desafetos no Oriente Médio.

O grupo inteiro ficou calado, pesando as implicações do que haviam acabado de ouvir.

Eva Bar-Lev foi a primeira a romper o silêncio.

- Pensei que a maioria dos navios norte-coreanos era impedida de navegar para outros países, devido às sanções internacionais.

- Provavelmente mudaram de bandeira assim que saíram. - acrescentou o general. - Além disso, perdemos o rastro do navio, então não sabemos aonde ele foi parar.

O Coronel Anders deu seu palpite.

- Nem é preciso dizer que se essas armas foram parar nas mãos do EI ou do Irã, estamos diante de uma situação catastrófica. Também podemos supor que o alvo seja qualquer uma das principais cidades ou instalações militares de vários países naquela região. Um ataque a Israel não deixa de ser uma possibilidade. E também há a preocupação de que possam levar essas armas para a Europa. Vocês precisam trabalhar juntos para descobrir o que está acontecendo, e coordenar os esforços de descobrir o que está acontecendo no Oriente Médio, começando pelo Irã e pela Síria.

- Esta situação é uma ameaça à existência do Estado de Israel. – Eva Bar-Lev comentou. – Meu país é pequeno. Uma explosão nuclear seria o bastante para apagá-lo da face da terra.

- Não há dúvida quanto a isso, embora a Europa também seja vulnerável. – acrescentou o general. – Precisamos ir rápido com isso; as potências do Ocidente irão participar e nos providenciar o que for preciso. Agora vamos falar do papel individual de cada um nesta sala, começando com o Sr. Wentworth. Você irá trabalhar com Jake Vickers, para determinar onde estão, ou para onde pretendem levar essas armas. O Sr. Wentworth também pode acessar recursos de inteligência na Rússia e no Irã. Embora não suspeitemos dos russos, precisamos ter certeza de que eles não estão envolvidos nisso. Eva Bar-Lev, do Mossad, irá trabalhar com suas fontes no Irã, caso esteja envolvido. Parte dessa avaliação se baseia nas ideias da teocracia que governa o país, os aiatolás. Seu instrumento é a Guarda Revolucionária do Irã, um bando de fanáticos extremamente hostis ao Ocidente.

- Não sei em quê a SRD poderia contribuir para esta iniciativa. – observou Jake. - Não somos uma organização governamental, e nem temos acesso aos recursos necessários para trabalhar no projeto.

- Na verdade você tem algo muito relevante para esta operação, coronel. Tanto você como a Major Turner cruzaram com Laurent Belcour em muitas ocasiões, e pelo que sabemos ele vem tentando se encontrar com Tess desde aquele julgamento desagradável na França. Achamos que seria produtivo tentar abordá-lo para descobrir até que ponto ele está envolvido nisso. Ele pode ser o elemento crucial deste caso.

- De jeito nenhum! – protestou Tess. O homem é um porco, e vem me assediando com telefonemas e mensagens, mesmo sabendo que eu tentei colocá-lo na prisão. Ele não se arrepende, não toma jeito, e é um proxeneta internacional que merece um chute no mapa-múndi.

- Sim, mas precisamos de alguém que consiga conversar com ele. Vocês têm até amanhã de manhã para se decidirem.

O general saiu da sala, seguido por dois oficiais.

♦♦♦

Naquela noite, Tess e Jake foram jantar no Charlie's Steakhouse em Tampa, e Tess se sentiu aliviada por Jake não ter a oportunidade de pedir coisas da cozinha exótica; teria de se contentar com um excelente bife com batatas assadas.

Tess ainda estava aborrecida com a possibilidade de ter de se encontrar com Belcour.

- Jake, como é que eu posso falar com o Belcour depois de tudo o que passamos? O homem é maníaco. Mesmo depois de eu ter tentado colocá-lo na cadeia, ele age como se nada tivesse acontecido. Ele ainda me incomoda quando vem para Nova York, me manda e-mails, vai assistir aos meus concertos, e até telefona. Eu nunca atendo aos telefonemas dele, e nem respondo às suas mensagens. E agora querem que eu vá procurá-lo?

- Eu entendo qual é o plano do general. Você é a única pessoa que pode ir ao encontro dele sem levantar suspeitas, já que é ele que está tentando fazer contato com você.

- Ele só quer me encontrar para me jogar na cara que fracassei na tentativa de pô-lo na cadeia. Agora ele se sente invencível. Tenho certeza de que ele ainda tem ressentimentos de ter sido forçado a pedir demissão da IDO. Ele ainda é perigoso. Pode estar planejando sua vingança contra nós. Seria um bom motivo para manter distância.

- Talvez, mas você tem um problema. O Belcour não para de assediá-la, não só com mensagens e convites para almoçar, mas também indo assistir aos seus concertos quando está por perto. Ele parece estar envolvido com alguma coisa que poderia ser uma calamidade para muitos países. Se conseguirmos pegá-lo em flagrante, desta vez ele irá para o xilindró por um bom tempo.

- Quer dizer que se eu não me envolver, o mundo vai acabar me culpando por não ter ajudado a impedir uma bomba nuclear de explodir?

- É mais ou menos isso.

Tess engoliu seu Scotch com gelo de uma vez.

- Acho que vou precisar de outro desses.

♦♦♦

Na manhã seguinte, Tess e Jake foram falar novamente com o General Brooks em seu escritório. Não havia mais ninguém lá.

Tess começou a conversa.

- General, parece que não está me dando outra alternativa. Vou me encontrar com Laurent Belcour desde que o governo coloque à nossa disposição todos os recursos que eu requisitar.

- Isso não será problema, major. Na verdade já fizemos um plano para envolver a sua empresa inteira.

- Como assim?

- Como já sabe, a próxima escala de Belcour é na Ucrânia. Ele foi contratado pelo governo para ajudá-los a acessarem instituições financeiras internacionais. Isso faz parte de uma iniciativa maior dos Estados Unidos para reformar todos os aspectos do governo e da estrutura econômica daquele país.

- É, eu já sei. O Paul Saunders contou que o nosso próprio governo contratou aquele depravado.

- Sim, se quiser colocar dessa forma. É apenas uma tática para podermos colocá-lo num lugar onde possamos trabalhá-lo. Acho que ainda não suspeitou de nada. Ele acha que está em Kiev para fazer o seu trabalho.

- Suponho que o governo americano saiba que a nossa empresa foi contratada para dar treinamento em novos equipamentos a serem entregues à Ucrânia.

- É claro que sabemos. Este é mais um motivo por que queremos tê-la envolvida. Também ampliamos o âmbito do nosso projeto. Providenciamos para você e outras pessoas da sua equipe passarem duas semanas na Bulgária, para serem habilitadas a pilotar aviões A-10, conhecidos como Warthogs. Então vocês irão levá-los para a Ucrânia, e treinar os pilotos deles em pilotar esses aviões. Oficialmente, isso é para eles poderem avaliar os equipamentos para uma possível aquisição. Os Warthogs são aviões antigos, mas muito adequados para atacar equipamentos em terra, especialmente tanques. Um esquadrão destes seria muito mais econômico e confiável do que os velhos aviões russos que a Ucrânia deixou enferrujarem depois que a União Soviética desabou.

- Não sei qual é a necessidade de tudo isso, se tudo o que queremos é devassar a mente do Belcour. – observou Jake.

- A aquisição desses aviões e de outros equipamentos será avaliada e financiada pelos contatos de Belcour. Isso nos dá a oportunidade perfeita de trabalhar com ele sem levantar a mínima suspeita.

Pulsuz fraqment bitdi.

8,77 ₼
Yaş həddi:
0+
Litresdə buraxılış tarixi:
15 may 2019
Həcm:
340 səh.
ISBN:
9788873049579
Müəllif hüququ sahibi:
Tektime S.r.l.s.
Yükləmə formatı:
epub, fb2, fb3, html, ios.epub, mobi, pdf, txt, zip

Bu kitabla oxuyurlar