A Baía Kismet

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A Baía Kismet
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A Baía Kismet

Contents

Era uma vez no natal

Dawn Brower

CAPÍTULO UM

CAPÍTULO DOIS

CAPÍTULO TRÊS

CAPÍTULO QUATRO

CAPÍTULO CINCO

Revelação de Ano Novo

Dawn Brower

CAPÍTULO UM

CAPÍTULO DOIS

CAPÍTULO TRÊS

CAPÍTULO QUATRO

CAPÍTULO CINCO

Totalmente Dia dos Namorados

Dawn Brower

CAPÍTULO UM

CAPÍTULO DOIS

CAPÍTULO TRÊS

CAPÍTULO QUATRO

CAPÍTULO CINCO

Sorte à Primeira Vista

Dawn Brower

CAPÍTULO UM

CAPÍTULO DOIS

CAPÍTULO TRÊS

CAPÍTULO QUATRO

CAPÍTULO CINCO

Dias intermináveis de verão

Dawn Brower

CAPÍTULO UM

CAPÍTULO DOIS

CAPÍTULO TRÊS

CAPÍTULO QUATRO

CAPÍTULO CINCO

Encanto da Bruxa

Dawn Brower

CAPÍTULO UM

CAPÍTULO DOIS

CAPÍTULO TRÊS

CAPÍTULO QUATRO

CAPÍTULO CINCO

Completamente sem gratidão

Dawn Brower

CAPÍTULO UM

CAPÍTULO DOIS

CAPÍTULO TRÊS

CAPÍTULO QUATRO

CAPÍTULO CINCO

Natal para sempre

Dawn Brower

CAPÍTULO UM

CAPÍTULO DOIS

CAPÍTULO TRÊS

CAPÍTULO QUATRO

CAPÍTULO CINCO

O DESFECHO

Dawn Brower

EPÍLOGO

SOBRE A AUTORA

Livros de Dawn Brower

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, locais e incidentes são obras da imaginação da autora ou usados de forma fictícia e não devem ser considerados reais. Qualquer semelhança com locais, organizações ou pessoas, vivas ou mortas, é mera coincidência.

Kismet Bay Direitos Autorais © 2020 Dawn Brower

Todos direitos reservados. Não é permitida a utilização ou reprodução de nenhuma parte deste livro, impressa ou eletronicamente sem a expressa autorização por escrito, com exceção de breves citações em entrevistas.

Publicadas por Tektime

Era uma vez no natal

CAPÍTULO UM

Dezembro na Baía Kismet...

A neve caía, de leve, e tocava o chão. Como ela não se manteve, a rua ficou mais molhada e lamacenta do que qualquer coisa. Holly Strange olhou para fora da janela, com nojo. O natal era sua época preferida do ano e ela estava empolgada para o Tour Anual do Chocolate Quente. Todas as empresas da rua principal participavam. Ela e sua irmã mais velha, Ivy, eram donas da loja Travessa do Feliz Acaso. Holly tinha uma gêmea fraterna, Sage, mas ela raramente voltava à Baía Kismet. Todos os produtos da loja eram feitos à mão e selecionados com cuidado. Lá, elas ofereciam aulas de artesanato e pintura. Havia uma aula agendada mais tarde de construção de terrários. Uma ideia talvez peculiar para o meio do inverno, mas as pessoas precisavam de plantas em suas vidas. Elas proviam harmonia e eram esteticamente agradáveis. A Travessa do Feliz Acaso era especializada em coisas que fazem pessoas se sentirem bem — corpo, mente e alma.

O tour do chocolate quente dava uma chance aos residentes de ver o que havia de novo na loja e atraía turistas. Era um dos maiores dias de venda do ano inteiro…isso se o tempo decidisse cooperar. A Parada do Papai Noel começaria em uma hora e imediatamente depois de seu término, começaria o tour do chocolate quente. A receita secreta de chocolate quente de Holly já estava sendo preparada. Esse ano haveria uma competição à parte. Os participantes votariam em seu chocolate quente preferido e o vencedor forneceria o chocolate quente oficial na casa do Papai Noel no ano seguinte. Era uma grana que poderia auxiliar os planos de expansão da Travessa do Feliz Acaso.

“Pare de olhar pra fora da janela como se isso pudesse mudar o clima para algo que te agrade”, disse Ivy. Ela estava no balcão preparando os sabonetes artesanais em formato de cupcake para vender. Ivy os havia feito mais cedo na semana e finalmente estavam prontos para serem colocados na estante. Eles pareciam um bolo red velvet com cobertura de cream cheese. Ivy havia inclusive adicionado o que pareciam granulados vermelhos na cobertura branca. As criações eram tão intricadas e detalhadas que elas tinham que tomar cuidado quando crianças pequenas entravam na loja. Uma vez, quando tinham recém aberto a loja, uma criança de colo enfiou uma na boca. O gosto deles não era tão bom quanto a aparência…

Holly encarou sua irmã, mas Ivy estava muito ocupada para perceber. Ela suspirou. “Precisa ficar perfeito.” Ela se virou e olhou de volta para fora da janela. O Tour do chocolate quente começaria logo. A Parada já havia acabado, provavelmente. Ela olhou pela rua até onde ela conseguia enxergar. As pessoas já estavam se encaminhando para as lojas. Um casal parou na frente da Adega de Sabores da Uva e observou a vitrine. As primas de Holly, Leilia e Caprecia Strange eram donas da Adega. Elas possuíam em estoque diversos vinhos locais e também uma seleção de sua própria vinícola.

Ela se virou para Ivy. “Você acha que teremos muitos clientes?”

Ivy terminou de arrumar os sabonetes em formato de cupcake. “Será o mesmo que todo ano, se não melhor. Pare de se preocupar tanto.”

“Eu não consigo evitar”, ela respondeu. “É assim que eu sou com tudo.”

A vista de fora de sua loja chamou sua atenção de novo. Ela desesperadamente precisava que isso tudo funcionasse. Holly precisava provar para sua irmã que ela não era uma cabeça de vento e que Ivy havia tomado a decisão correta em permitir que ela fizesse parte da Travessa do Feliz Acaso. Holly havia aberto mão de fazer faculdade e ficou na Baía Kismet para ajudar sua irmã a abrir a loja. A avó materna delas deixou uma herança a elas e fazia sentido abrir uma loja. Sage, a irmã gêmea de Holly, havia deixado a cidade para abrir uma empresa de planejamento de eventos. Ela queria sair da Baía Kismet o mais rápido possível. Até então, a Fortaleza da Fortuna tinha sido bem sucedida. Sage havia realizado diversos casamentos de pessoas influentes e uma festa de bodas de ouro. Se tudo continuasse desta forma, Sage poderia ampliar sua empresa e contratar mais funcionários.

 

”Eu vou para a Poção da Bruxa para tomar um café.” Holly pegou seu casaco de um gancho próximo. “Você quer alguma coisa?”

“Espere.” Ivy contornou o balcão e procurou algo que estava embaixo dele. Ela puxou um pacote e o entregou. ”Dê isso para Esmeralda. É o presente dela para Tristan.”

Esmeralda e Tristan eram donos da cafeteria Poção da Bruxa. Esmeralda era mais uma prima. A Baía Kismet era quase toda administrada pela família Strange. O ancestral da família, Thomas Strange, foi o primeiro prefeito e havia sido fundamental na fundação da Baía Kismet. Desde então, todos participavam na administração da cidade. O pai delas, Adam Strange, era o atual prefeito. Bowen, o gêmeo dele, era chefe de polícia e o tio Sebastian, o mais velho dos irmãos Strange, era o procurador do distrito.

“O que foi?” Holly não gostava de não saber de algo.

Ivy revirou os olhos. “Se ela entregar a ele enquanto você estiver lá, você vai descobrir. Por que você se importa? Não é pra você.”

Ela deu de ombros. “Eu me importo.” Holly colocou o pacote debaixo do braço. “Você quer um café?”

“Não.” Ivy sacudiu a cabeça. “Mas se você não se importar, pare na Flores do Destino quando voltar. Amadea e Ophelia já devem ter as Flores-do-Natal que eu encomendei. Gostaria de colocá-las na nossa vitrine.”

Ela torceu o nariz. Ela não entendia o amor de suas primas por flores. Elas sabiam tudo sobre todos tipos de plantas e ervas. Apesar de que ela achava que o conhecimento de ervas às vezes era útil. Toda a cidade acreditava que a família Strange possuía uma proteção mágica. Holly discordava. Especialmente no que diz respeito ao amor. Todos tinham uma boa porção de azar nesse departamento. A lenda dizia que o amor os encontrava quando menos esperavam, e que às vezes, ele estava ao lado. Tudo uma besteira. O amor não surgia do nada. Ela acreditaria nisso pelo resto de sua vida.

“Está bem”, concordou Holly. “Voltarei antes que você perceba que saí.”

“Por algum motivo eu duvido disso.” Ivy deu uma risada.

Holly mostrou a língua e saiu da loja. Talvez ela não se apressaria mesmo…

CAPÍTULO DOIS

A cidade da Baía Kismet parecia como toda vila pequena por excelência. Era tão perfeita e tão doce que quase dava dor de dente. Nicholas Bell preferia o agito da cidade grande e a atitude sem frescura de seus habitantes. Os aldeões da Baía Kismet provavelmente conheciam uns aos outros e perguntavam sobre seus respectivos membros da família.

“Por que estamos aqui mesmo?” Nicholas virou para seu amigo Gabriel Reed e fez uma careta. “Eu não participo de fofuras.”

“Relaxe”, Gabriel disse a ele. “Só ficaremos uns dias aqui para agradar meus pais e garantir a eles que eu não vou morrer ou algo assim.” Ele deu uns tapinhas nas costas de Nicholas. “Estaremos a caminho de uma praia quente e de areia branca antes de você desenvolver a reação alérgica que corajosamente está segurando.”

Nicholas teve que resistir ao ímpeto de rosnar para seu melhor amigo. Gabriel era um recebedor para o time de futebol americano Houston Runaways. Ele machucou seu joelho em um jogo de semifinal e foi colocado na reserva desde então. O médico do time falou que o prognóstico não era bom e que a avaliação do fisioterapeuta também não foi positiva. Parecia que os dias de jogador de Gabriel haviam ficado para trás, mas seu amigo não queria que ele desistisse tão facilmente. Ele havia falado com Nicholas para que o acompanhasse na visita a seus pais e depois visitar um especialista diferente nas Bahamas. Que tipo de charlatão trabalhava lá? Nicholas duvidava que o médico teria uma opinião diferente do médico do esporte, mas Gabriel era seu amigo e ele estaria ao seu lado durante esse período turbulento.

“Isso é uma cafeteria?” Nicholas apontou para a frente da loja. “Poção da Bruxa? Que tipo de nome é esse?”

Gabriel deu de ombros. “Não saberia dizer. Faz um tempo desde que eu vim para a Baía Kismet. Que tal entrarmos e ver o que eles têm a oferecer?”

Eles foram em direção à entrada mas Nicholas nem teve tempo de chegar até a porta. Ela abriu de sopetão e uma morena deu um encontrão nele. Café quente derramou pela sua camisa social azul e ele gritou quando sentiu a pele queimar. “Qual é o seu problema?” Era possível sentir a raiva na sua voz. Ele estava começando a realmente odiar essa cidade e as pessoas não pareciam ter muito a oferecer.

“Me desculpe.” A jovem mulher deu um passo à frente e colocou a mão no peito dele. Ao toque da mão dela, faíscas percorram seu corpo e ele relanceou os olhos dela. Sua cor era do oceano ao meio dia. Seu cabelo não era um marrom comum. Luzes vermelhas percorriam as mechas cor de chocolate e quase cintilavam na luz do sol. Ela era deslumbrante…

“Não foi nada.” Ele retirou a mão dela de seu peito. O toque dela causou algo nele, que ele não sabia se gostava ou não. “Vou ficar bem.”

“Holly?” Gabriel ficou ao lado dele. “O que está acontecendo?”

Ela olhou para Gabriel. Seus lábios assumiram uma curva ascendente criando o sorriso mais estonteante que Nicholas jamais viu. Era como levar um soco no meio do peito, do nada. Na parte que já ardia da queimadura feita pelo café dela. O que ela tinha que o fazia sentir coisas que ele nunca sentiu na vida? Ele não queria que essas emoções o perpassassem e ele queria colocar uma distância entre os dois.

Ela passou por Nicholas e abraçou Gabriel. Holly deu um passo para trás e quase esbarrou em Nicholas novamente. Ele estendeu os braços e a estabilizou antes que ela perdesse o equilíbrio. Ela olhou para ele e disse, “Me desculpe. Juro que normalmente não sou tão desajeitada.”

“Tudo bem”, ele respondeu de forma áspera.

Holly voltou sua atenção para Gabriel. “Eu ouvi falar de sua lesão”. Ela balançou as mãos de forma agitada. “Bom, nós assistimos acontecer. O pessoal de esportes só falava sobre isso. Não perdemos nenhum jogo dos Runaways.” Ela desviou o olhar de Gabriel e encarou a manga de seu casaco, então começou a mexer em fiapos imaginários ou talvez um fio solto. Nicholas não pareceu entender o que ela estava tentando fazer. “Quero dizer, a família toda...” Holly falou isso como se sua última frase esclarecesse tudo. Claramente não esclareceu nada para Nicholas.

Mas não pareceu perturbar Gabriel. Ele assentiu com a cabeça e deixou que ela agisse de maneira atordoada. “Como está Ivy?” ele perguntou. Isso aguçou a curiosidade de Nicholas. Quem diabos era Ivy?

“Hm...” Holly olhava para tudo exceto para Gabriel. “Ela está bem.” Bem bem. Você não precisa se preocupar com ela.” Ela colocou as mãos no bolso e retirou seu telefone. “Preciso ir, se me der licença. Já que você está na cidade, deveria participar do Tour do chocolate quente. Será divertido.” Com essas palavras, ela escapou deles e entrou no que parecia ser uma loja de flores. Que tinha um nome igualmente peculiar — Flores do Destino. Qual era a desses estabelecimentos nessa cidadezinha provinciana?

“Tour do chocolate quente?” Nicholas levantou uma sobrancelha.

“Não precisamos participar se você não quiser. Nós compramos uma caneca do Papai Noel em uma das lojas e então podemos provar todos os diferentes tipos de chocolate quente oferecidos nas lojas.” Gabriel deu de ombros, indiferente. “Os lucros são direcionados à organização local de caridade que auxilia as famílias necessitadas da comunidade. A família Strange administra a caridade quase desde a fundação da cidade. É uma tradição.”

“Família Strange?” Se ele continuasse levantando a sobrancelha logo ela sairia voando de sua testa para sempre. “Isso é um eufemismo ou é o nome verdadeiro deles?”

“Eu nunca inventaria algo assim.” Gabriel deu um tapinha no ombro dele. “Os Stranges são praticamente donos da cidade. O prefeito…” Ele lançou o olhar para a loja de flores para onde Holly tinha desaparecido. “Holly é uma deles.”

“E essa Ivy misteriosa também?” Nicholas não conseguia segurar sua curiosidade. Seu amigo não demonstrava interesse em mulheres perto dele a não ser por sexo casual ocasional, e isso acontecia raramente.

Gabriel suspirou. “Sim, e percebo que você tem perguntas. Você está interessado na Holly. Se quiser aprender sobre os Stranges então teremos que participar do Tour. Confie em mim. Todos eles participarão de alguma forma. Ele gesticulou em direção ao amigo. “Vamos lá, vamos entrar em uma loja e comprar nossa caneca de Papai Noel. Todas elas terão canecas.”

Nicholas se entregou e fez o que Gabriel estava sugerindo. O que mais ele teria pra fazer nessa cidadezinha mesmo?

CAPÍTULO TRÊS

Holly levou as flores-de-natal para a Travessa do Feliz Acaso e as colocou no balcão. Ivy deveria estar na sala dos fundos pois não estava no balcão da frente. Não havia clientes e o sino a teria alertado sobre a entrada de Holly. Ela deveria aparecer a qualquer momento para ver se alguém precisava de sua ajuda. Holly encarou a porta e deu uma mordidinha no seu lábio inferior. Sua irmã não ficaria feliz com o fato de seu ex-namorado ter voltado para a Baía Kismet.

Gabriel foi o amor da vida dela mas ele a abandonou pela promessa de fama e fortuna. Agora ele estava lesionado e talvez nunca voltasse a jogar futebol americano profissionalmente. Ela não queria mencionar isso a Gabriel. Deveria ser um ponto nevrálgico para ele. Ela deveria ter questionado o motivo de seu retorno e por quanto tempo planejava ficar. Se o amigo dele não tivesse mexido com algo dentro dela, ela teria perguntado. Ela nem tinha se preocupado em descobrir seu nome. Para ver como ele mexeu com sua cabeça. Holly ainda não acreditava que ela derramou café nele. O que aquele cara pensava sobre ela?

“Ah”, Ivy disse quando veio ao balcão. “É só você. O tour já começou?”

“Sim”, ela respondeu. “Essas são as canecas do Papai Noel?” Cada loja possuía um estoque limitado para vender para os participantes. As canecas permitiam o acesso ao chocolate quente oferecido em cada loja. Todos podiam beber tanto chocolate quente quanto aguentassem. “Por que você já não as arrumou? Eu achei que você faria isso enquanto eu estava fora.” Ela deveria ter ficado e desistido do café. “Deixa eu ajudar você.”

“O que está acontecendo com você?” Ivy franziu o cenho. “Você está agindo estranho.”

“Eu estou bem.” Ela começou a trabalhar silenciosamente e colocou as canecas em filas arrumadas na prateleira atrás do balcão. A maior parte de seu chocolate quente estava em uma grande panela na sala de trás, mas elas colocaram um pouco em um pote em um balcão próximo. Clientes que já tinham suas canecas podiam entrar e se servir. Os que precisavam da caneca do Papai Noel podiam vir ao caixa e comprá-la.

“Você esteve fora por bastante tempo. Por que demorou tanto?” Ivy pegou as flores-de-natal e as levou para a vitrine. Ela as arrumou em cada lado de uma pintura comissionada por um artista local. Frequentemente exibiam obras de artistas locais e os ajudavam a vendê-las. A Travessa do Feliz Acaso ficava com uma pequena porcentagem da venda.

“Eu tive um pequeno contratempo na frente da Poção da Bruxa.” Holly não olhou Ivy nos olhos. Ela ainda estava envergonhada de ter derramado café no homem bonitão em quem esbarrou. Ela nunca havia visto um homem mais atraente. Seu cabelo era escuro como o céu noturno e seus olhos azuis também eram tão escuros que quase pareciam pretos. A careta que ele fez os escureceu mais ainda. Ele não era jogador dos Runaways. Ela ficou se perguntando como Gabriel o havia conhecido.

“Ah é? É só isso que você vai falar?”

Holly foi salva pelo gongo ou, nesse caso, pela abertura da porta da loja, enquanto participantes do tour entravam. Todos já tinham suas canecas, então ela os direcionou para a versão da Travessa do chocolate quente. Ela torceu para que eles gostassem…

“O que você está olhando?”, um homem a questionou. Ela quase morreu de susto. Como diabos eles tinham conseguido surpreendê-la? Com tanta gente entrando e saindo da loja era fácil o bastante fazer isso. Especialmente porque ela estava perdida em seus pensamentos.

Holly se virou para encontrar seu olhar. “Olá, novamente.” Onde estava Gabriel? Ele não deveria estar fazendo o tour com seu amigo? Ela examinou a loja procurando por Ivy, mas não a encontrou. Onde ela tinha se metido? Se ela soubesse que Gabriel estava na cidade, daria um piti. Ela ainda o amava. Holly não acreditava que ela não o amasse, mas existe uma linha tênue entre amor e ódio. Gabriel a havia ferido profundamente e Ivy carregava as cicatrizes abertas.

 

“Acho que não fomos formalmente apresentados.” Ele estendeu sua mão. “Me chamo Nicholas Bell.”

“Hm. Prazer em conhecê-lo.” Por que ela não conseguia falar nada perto desse homem? “Você vai ficar bastante tempo na cidade?”

“Não se eu puder evitar”, ele respondeu. “Gabe precisava passar uns dias com sua família antes de viajarmos para um lugar com um clima muito melhor para o restante do feriado.

“Ah, é?” Ele deve pensar que ela é a mulher mais burra que ele já conheceu. “Entendo.” Ela assentiu para a caneca de Papai Noel na mão dele. “Você veio buscar chocolate quente?”

Ele encarou a caneca como se a achasse ofensiva. “Já tomei várias canecas. Se eu beber mais, vou me transformar em uma barra de chocolate.”

Ela apostava que ele seria bem saboroso. Holly quase lambeu seus lábios com a ideia de mordê-lo. Bem, não literalmente, mas em uma forma mais íntima. Ela precisava tirar esses pensamentos da cabeça. Ele não era para o bico dela. Nicholas odiava a Baía Kismet e ela jamais iria embora dali. Era a vida dela. “Que pena. A Travessa do Feliz Acaso tem o melhor chocolate quente da cidade.”

“Você tem tanta certeza assim?” Seus lábios se inclinaram para cima, em um sorriso sensual. “Você precisa ficar aqui ou pode dar uma volta comigo? Onde está o dono?” Ele deu uma olhada pela loja. “Peça por um intervalo ou permissão para sair mais cedo.”

Ela queria dizer sim, mas não queria deixar Ivy sozinha. E também estava irritada de ele não achar que ela poderia ser dona da loja. Ela só tinha 23 anos, mas isso não significava que ela não poderia ser uma proprietária séria. Ele devia ter quatro ou cinco anos a mais que ela. Ele parecia ter mais ou menos a idade de Gabriel.

“Receio que não.” Holly abanou a cabeça. “Ela é bem durona.”

“Que pena, nós poderíamos ter nos divertido.” Seu sorriso morreu em uma linha plana. “Se você me mostrar quem ela é, eu posso usar meu charme para que ela deixe você sair.”

“Isso não vai ser possível”, ela falou para ele. “Se fosse, eu já teria dito que sim.”

“Como assim?” Ele a olhou, confuso, e balançou a cabeça. “Entendi. Você é dona da loja.”

Ela assentiu. “Eu e minha irmã.” Ela apontou para o outro lado da loja. Ivy finalmente tinha voltado e não parecia muito feliz. “Ivy.”

“Talvez mais tarde então.” Ele encarou Ivy e ela ficou incomodada que o interesse dele se virou para ela. Esse homem era tão inconstante? Bem, ela não precisava dele mesmo… Ela o deixou sozinho e retomou o trabalho atrás do balcão. Holly tinha coisas melhores a fazer do que devanear com um homem que ela não poderia ter.